29 de abril de 2005

ATENDENDO A PEDIDOS: A GRANDE VIAGEM.

Como foi anunciado no último post: fui passar o feriadão em Floripa e aproveitei para dar uma esticadinha até Blumenau. Eu disse que iria pra Guaramirim, mas na última hora resolví mudar de planos por causa da hospedagem. Lá em Blumenau eu já conheço o albergue Grun Gartem. Em Guaramirim não conheço nada. Além do mais fiz uma pesquisa de linguiça (opa!!!) nos supermercados e ambulantes de Floripa, a maioria das fábricas de linguiça ficam na região de Blumenau; em Guaramirim ninguém conhece nada. Preferí não arriscar. Ainda bem. Saí de Floripa no domingo a noite, chegando na serra por volta das 22hs, peguei a maior chuva. Já pensou: chegar numa cidade desconhecida nessas condições?

Bem, vamulá. Saí de Santos na quarta feira a noite. Ao meu lado no ônibus, uma senhora muito chata (ê, magnetismo!!!) carregada de bagagens no chão. Será que esse povo nunca ouviu falar em bagageiro? Cheguei em Floripa por volta das 10 hs da manhã de quinta. Geralmente deveria chegar lá p/ umas 7:30, 8:00; não sei porque atrasou tanto. Chegando no albergue, notei que tinha esquecido a carteirinha. Liguei p/ pai aqui em Santos e ele mandou por fax. OK.

Na quinta fiquei esbordejando lá pelo centro mesmo. Estava um dia chato, um tempinho gay, não deu nem gosto de ir à praia. Fiquei de encontrar-me com a Amanda (Kassa Vampiros) que tinha ido para Balneário Camboriú. Liguei lá p/ a pousada onde a excursão dela estava hospedada e deixei recado. Isso deu uma confusão...
Depois conto.

Depois de uma caminhada básica pela Beira Mar Norte e uma breja no Kuxixo´s (sózinho mesmo), jantei numa barraquinha na cabeceira da Ponte Hercílio Luz (a antiga, a pênsil), bateu o sono e fui dormir. Notei uma movimentação intensa no meu quarto: os caras que estavam lá iriam para um show. Depois que eles voltaram, eu fiquei sabendo: era o show do Placebo. Lá a entrada foi R$ 40,00 (contra R$ 90,00 em Sampa); e o pior: os caras tinham uma amiga que trabalhava no hotel em que a banda estava hospedada e arrumou convites prá eles na faixa!!!!

Sexta resolví encarar aquele trasporte coletivo e pegar uma praia. Após umas confusões, resolví ir p/ Canasvieiras; já ouví falar muito mal dessa praia, mas resolví arriscar assim mesmo. Realmente, uma santa bosta: faixa de areia fina, mar muito calmo pro meu gosto, só velharada e família. Depois de almoçar num restaurante muito bom (com buffet livre e churrasco), resolví ir me embora. No ponto de ônibus, notei que tinha um velho que ia e voltava, ia e voltava. Dalí a pouco o tiozinho me aborda e inicia o seguinte diálogo:

- Usted está esperando onibus para el Cientro?
- Sí.
- Yo estoy ido a el Cientro com mia amante, queires ir conosco?

Obviamente, recusei. Cada uma que me aparece...

A noite recebí um recado (supostamente) da Amanda. Na verdade foi mais de um. O recepcionista disse que "ela" já tinha ligado umas 2 ou 3 vezes, " desesperada atrás de mim". Depois de várias tentativas fracassadas, finalmente conseguí falar com "ela". Estranhei, pq. a voz estava diferente e o papinho muito esquisito...
Tipo "o que vc. quer comigo?", "pq. me procura tão deseperadamente?", ' eu vou prá aí amanhã, eu te ligo".

Não recebí mais ligação nenhuma e resolví deixar quieto. A noite, quando eu estava naquele estado " dorme não dorme", me entra no quarto um casal de gringos, que ficaram pulando de cama em cama, cochichando e rindo baixinho em inglês...

Nem sei se chegaram as vias de fato, ficaram uns 10, 15 minutos. Prá quem não sabe: nos Albergues da Juventude, os alojamentos masculino e feminino ficam separados, e não é de bom tom se misturarem (em faxerem outras coisas lá dentro, a não ser que se hospedem num quarto de família, que é mais caro). Francamente

No sábado fui para a praia de Jurerê, tb. muito badalada. Outra decepção: pareceu-me uma versão melhorada de Canasvieiras. Só a parte de Jurerê Interncional, onde ficam as " casas dos bacana", os barzinhos e lugares mais bombados que achei legal. Cada casarão do tipo "se eu trabalhar e jutar grana pro resto da vida, talvez consiga comprar o equivalente a uns 2 ou 3 tijolos dessa casa"!!!!!

Depois de voltar e morgar mais um pouco pelo Centro, já me preparava para dormir quando recebí um telefonema da Amanda, dessa vez a verdadeira. Seguinte: o recado que deixei na quinta, junto com os telefones do albergue, foi paarar na cozinha. Perguntaram por ela para a excursão toda e ninguém achou. Então as senhoras que cozinhavam para a excursão começaram à me ligar de sacanagem - rs. Isso na quinta e na sexta. No sábado, a verdadeira Amanda descobriu, conseguiu o telefone (as tias da cozinha queriam vender!!!) e me ligou. Explicou o causo todo e disse que foi muito zoada!!!! Tipo " como tu é lerda, perdeu o namorado pras cozinheiras!!!" - rs.

Resultado: no sábado, quase 11 da noite, lá fui eu prá rodoviára pegar um ônibus pra ?Camboriú!!! Felizmente deu tudo certo, conseguí chegar na pousada onde ela estava, fomos pro calçadão da praia, ficamos batendo papo até amanhecer. Ela tirou fotos do sol nascendo, e apareceram uns golfinhos que ela tb. tentou fotografar. Depois fomos prá pousada dela tomar café e fui apresentado ao pessoal da excursão, inclusive as tias da cozinha - rs.!!!
Depois de um perrenguezinho básico prá descolar um táxi, voltei a rodoviária, achei um ônibus em cima da hora prá floripa e voltei pro albergue. almocei no Beira Mar shopping, fui no supermercado Imperatriz de lá comprar umas bestagens, voltei pro albergue e fiquei fazendo hora prá ir embora.

A noite, embarquei prá Blumenau.

Continuando. Onde estava eu? Nas linguiças; ou melhor, indo prá Blumenau.
Segunda, depois de passear pelo Centro, fui procurar uma fábrica de linguiça, a única que conseguí o endereço. Depois de muito andar em círculos, encontrei. Tanto trabalho prá nada...
é que eles não tem selo de Inspeção Federal, sé Estadual. Daí complica prá vender para outros estados. Bom, prá não perder a viagem, fui no Proeb, onde é realizada a Oktoberfest e tb. tem uma Vila Germanica vendendo suvenirs e pratos típicos alemães o ano inteiro. Na terça, fui andar novamente no centro, dei uma pasadinha no Biergartem, para tomar um chopinho artesanal, deu uma passada no Museu da Cerveja em frente e ví muitas capivaras no rio Itajaí-Açú. Pena eu não ter máquina fotográfica...

Quem não tem câmera, chupa foto dos amigos. Chupei uma fotos da amanda (só as fotos, hein) lá em Camburiú (viu, Amanda, não chupei nada das cozinheiras, tampouco do argentino, muito menos a linguiça blumenau - rs); como ainda não sei colocar figuras nees Blogger, coloquei no Bigflogger. Quem quiser ver, dá uma passadinha lá.

Fora o encontro com a Amanda, não achei essa viagem tão legal quanto a do reveillon. Não conhecí ninguém, as pessoas que se hospedarm lá no albergue me pareceram muito chatas (principalemnte um carioca gordo, barulhento e muito porco) e antipáticas. No fim das contas valeu a pena.

E na viagem de volta?!!! Ao meu lado viajou outra velha chata (esse meu charme irresistível prá atrair velho problemático...), crente ainda por cima. A vovó não parava quieta!!!! e como bocejava alto!!! E o tempo todo falando em Deus e em Jesus. Perdí as contas de quantas vezes ela esbarrou em mim e quantos chutes ela deu na minha panturrilha. Na altura de Barra do Turvo, já no estado de SP, pegamos um congestionamento de quase 2 horas (e mais de 20km) devido à um acidente com uma carreta na Régis Bittencourt. Meu, como a velha encheu o saco nesse meio tempo!!!!! e Jesus prá cá, Deus prá la, e porque esse ônibus não anda, e porque esse transito não anda, e minha filha tá esperando na Rodoviária, e ela tem que trabalhar...

Depois de finalmente liberado o transito, finalmente a velha sossegou. Deu até pra dormir. Até a parada no posto Graal de Registro. Depois disso, ela descobriu outro crente no banco da frente; e dá-lhe Salmo 23, Apocalipse e só Cristo salva; de Registro até Santos.

Francamente...
Eu joguei ácido na cruz, derretí o Cristo...

20 de abril de 2005

E A�

Estamos levando...

Antes que eu me esqueça:

Vou passar o feriadão lá em SC. 4 dias em Floripa e 2 em Guaramirim.
Acho que vai ser uma espécie de "despedida de solteiro e da vida mole". Hehehehehehe!!!!

Na volta, vou ter levar as coisas bem mais a sério.

Mudando de assunto:

Tive um final de semana cheio de compromissos e acabei me desencontrando da Lê.
No sábado teve uma reuniãozinha de famíla, encontrei aquele meu primo que trabalha na Embraer em Sâo José dos Campos. Trocamos altas idéias (que falo depois).
No domingo fui ajudar a carregar as coisas lá p/ o bazar. Chegando lá, liguei prá ela e não a encontrei em casa. Seguda, que ela tira de folga, foi a mesma coisa; fiquei no bazar até tarde, liguei p/ ela e tb. não achei; ela tinha ido ao médico.
Ela ficou chateada e eu pensei "o negócio mal começou e já foi pro saco".
Ela ficou com um papinho do tipo " vc. me esqueceu, vc. não liga prá mim, como eu vou namorar um homem ruim desses?!!!" Isso foi na segunda. Ontém, nos encotramos na ginástica e acamos nos etedendo. ela me contou que foi ao médico e ficou na fila das 4 da tarde as oito da noite. Fila de médico acaba com o bom humor de qualquer um...

E por enquanto é isso.

bom feriado!!!
Sem abusos, juízo, hein?!!!

16 de abril de 2005

PENSARAM QUE EU TINHA DESISTIDO?!!!!

PENSARAM QUE EU TINHA DESISTIDO, É?!!!!

NÓIS TARDA MAS NUM FAIA!!!!!

Bueno, isso aqui já virou um semanário.
Não sei, falta disposição p/ escrever, uma vez que navego na net diariamente.

O trabalha lá na S.O.S. Idosos começou com a corda toda. Estou indo para lá todas as tardes, já aprontei otodos os impressos que els vão precisar, estou preparando uma mala direta e muita coisa mais vem por aí. Ainda bem!!!!

Eles vão continuar realizando os eventos tais como Bazar da Pechincha, jantares, almoços, as famosas noites do caldo verde e outras cositas mais. Esta semana vai ter um bazar no Centro Português. Dia 01 de maio haverá um almoço, com strogonoff e filé de peixe a vontade. Quem for de santos e região e estiver interessado em comparecer, é só me dar um toque.

O relacionamento com a moça da ginástica, a Lê, vai indo bem, obrigado. Nem preciso dizer: no começo tudo é um mar de rosas!!!! Bom, ela está sendo muito legal comigo e botei na cabeça que " não sei se estou correspondendo à altura". Bom, está tudo muito no começo, fui pego de surpresa. Aos poucos vou aprendendo a gostar dela da forma como ela merece.

De resto, vai tudo bem!!!!
Quer dizer, as coisas em casa continuam insuportáveis; porém, no momento não há nada que se possa fazer. Preciso de uma mudança radical. E sinto que ela já começou!!!

9 de abril de 2005

POIS É, NÉ?!!!

POIS É, NÉ?!!! TANTO TEMPO SEM ESCREVER...

Então...

Não preciso (ou melhor, no momento não disponho) dizer o quanto amo a internet, suas possibilidades e as pessoas que conhecí através dela.

Duas pessoas (mulheres) me chamam a atenção (na verdade, são 3, porém, com uma delas perdí totalmente a esperança de ser ao menos "amiguinho", já que ela não me dá o mínimo de atenção). Uma delas me ensinou uma frase que achei o máximo. Que passei para a outra na primeira oportunidade.

"SE VC. NÃO ENCONTRA A METADE DA SUA LARANJA; PROCURE A METADE DO SEU LIMÃO; MISTURE COM PINGA, GELO E AÇÚCAR E V� SER FELIZ!!!!"
Então...
Tem uma moça que faz ginástica comigo na praia que parece que tá me cercando. Eu disse , parece...
Trocamos telefone, nos falamos todo dia, ela me faz um monte de perguntas...
Ela tem 39 anos, mas aparenta bem menos É divorciada, tem duas filhas adolescentes...
Tem nível cultural elevado, gosta de teatro e de literatura espírita.
Bom, não vou viajar na maionese.
Acho simplesmente que pode estar saindo uma boa "caipirinha"...
No entanto, apesar disso tudo, continuo sentindo-me incomodado com aquela 3a moça citada anterirormente. Por mais que eu tente me convencer do contrário, ela ainda mexe comigo. É o típico caso de "jogar pro alto e deixar o Plano Maior cuidar do caso". Mas fico desalentado pacas por ela se recusar até mesmo à falar comigo.
GRANDE NOVIDADE!!!!
A casa espírita que eu frequentava até o ano passado encerrou suas atividades. E as pessoas que a dirigiam resooveram fundar uma sociedade filantrópica de assistência à idosos. Assistência médica, psicológica, nutricional, pedagógica, cultural, recreativa...
Me chamaram para cuidar da área contábil-financeira. Vaõ me pagar um salário (imagino eu que pelo menos no início seja simbólico), vou ter uma sala, um computador e tal.
Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz. Poderiam chamar qualquer um; no entanto preferiram confiar tanto na minha capacidade técnica quanto na minha ética e responsabilidade!!!!
Parece que, depois de muitas turbulências em 2004 e iníco de 2005; o jogo está virando a meu favor!!! Já não era sem tempo!!!

EU NÃO GOSTAVA DO PAPA

Eu Não Gostava do Papa
A Cléia me mandou por e-mail, esolví republicar. Hj faz uma semana, e como eu não tinha falado nada sobre...

Olá pessoal, acabei de receber este texto via e-mail e fui conferir se realmente era de autoria do Arnaldo Jabor, realmente está publicado no Estadão! O Arnaldo é show de bolam, por sua humildade!

Bjks,

Cléia

Eu não gostava do papa João Paulo II

Escrevo enquanto vejo a morte do papa na TV. E me espanto com a imensa emoção mundial.
Espanto-me também comigo mesmo: "Como eu estou sozinho!" - pensei.
Percebi que tinha de saber mais sobre mim, eu, sozinho, sem fé nenhuma, no meio deste oceano de pessoas rezando no Ocidente e Oriente. Meu pai, engenheiro e militar, me passou dois ensinamentos: ele era ateu e torcia pelo América Futebol Clube. Claro que segui seus passos. Fui América até os 12 anos, quando "virei casaca" para o Flamengo (mas até hoje tenho saudade da camisa vermelha, garibaldina, do time de João Cabral e Lamartine Babo), e parei de acreditar em Deus.
Sei que "de mortuis nihil nisi bonum" ("não se fala mal de morto"), mas devo confessar que nunca gostei desse papa. Por quê? Não sei. É que sempre achei, nos meus traumas juvenis, que papa era uma coisa meio inútil, pois só dava opiniões genéricas sobre a insânia do mundo, condenando a "maldade" e pedindo uma "paz" impossível, no meio da sujeira política.
Quando João Paulo entrou, eu era jovem e implicava com tudo. Eu achava vigarice aquele negócio de fingir que ele falava todas as línguas. Que papo era esse do papa? Lendo frases escritas em partituras fonéticas... Quando ele começou a beijar o chão dos países visitados, impliquei mais ainda. Que demagogia! - reinando na corte do Vaticano e bancando o humilde...
Um dia, o papa foi alvejado no meio da Praça de São Pedro, por aquele maluco islâmico, prenúncio dos tempos atuais. Eu tenho a teoria de que aquele tiro, aquela bala terrorista despertou-o para a realidade do mundo. E o papa sentiu no corpo a desgraça política do tempo. Acho que a bala mudou o papa. Mas, fiquei irritadíssimo quando ele, depois de curado, foi à prisão "perdoar" o cara que quis matá-lo. Não gostei de sua "infinita bondade" com um canalha boçal. Achei falso seu perdão que, na verdade, humilhava o terrorista babaca, como uma vingança doce.
E fui por aí, observando esse papa sem muita atenção. É tão fácil desprezar alguém, ideologicamente... Quando vi que ele era "reacionário" em questões como camisinha, pílula e contra os arroubos da Igreja da Libertação, aí não pensei mais nele... Tive apenas uma admiração passageira por sua adesão ao Solidariedade do Walesa, mas, como bom "materialista", desvalorizei o movimento polonês como "idealista", com um Walesa meio "pelego". E o tempo passou.
Depois da euforia inicial dos anos 90, vi que aquela esperança de entendimento político no mundo, capitaneado pelo Gorbachev, fracassaria. Entendi isso quando vi o papai Bush falando no Kremlin, humilhando o Gorba, considerando-se "vitorioso", prenunciando as nuvens negras de hoje com seu filhinho no poder. Senti que o sonho de entendimento socialismo-capitalismo ia ser apenas o triunfo triste dos neoconservadores. O mundo foi piorando e o papa viajando, beijando pés, cantando com Roberto Carlos no Rio. Uma vez, ele declarou: "A Igreja Católica não é uma democracia." Fiquei horrorizado naquela época liberalizante e não liguei mais para o papa "de direita".
Depois, o papa ficou doente, há dez anos. E eu olhava cruelmente seus tremores, sua corcova crescente e, sem compaixão nenhuma, pensava que o pontífice não queria "largar o osso" e ria, como um anti-Cristo.
Até que, nos últimos dias, João Paulo II chegou à janela do Vaticano, tentou falar... e num esgar dolorido, trágico, foi fotografado em close, com a boca aberta, desesperado.
Essa foto é um marco, um símbolo forte, quase como as torres caindo em NY. Parece um prenúncio do Juízo Final, um rosto do Apocalipse, a cara de nossa época. É aterrorizante ver o desespero do homem de Deus, do Infalível, do embaixador de Cristo. Naquele momento, Deus virou homem. E, subitamente, entendi alguma coisa maior que sempre me escapara: aquele rosto retorcido era o choro de uma criança, um rosto infantil em prantos! O papa tinha voltado ao seu nascimento e sua vida se fechava. Ali estava o menino pobre, ex-ator, ex-operário, ali estavam as vítimas da guerra, os atacados pelo terror, ali estava sua imensa solidão igual à nossa.
Então, ele morreu. E ontem, vendo os milhões chorando pelo mundo, vendo a praça cheia, entendi de repente sua obra, sua imensa importância. Vendo a cobertura da Globo, montando sua vida inteira, seus milhões de quilômetros viajados, da �frica às favelas do Nordeste, entendi o papa. Emocionado, senti minha intensíssima solidão de ateu. Eu estava fora daquelas multidões imensas, eu não tinha nem a velha ideologia esfacelada, nem uma religião para crer, eu era um filho abandonado do racionalismo francês, eu era um órfão de pai e mãe. Aí, quem tremeu fui eu, com olhos cheios d'água. E vi que Karol Wojtyla, tachado superficialmente de "conservador", tinha sido muito mais que isso. Ele tinha batido em dois cravos: satisfez a reacionaríssima Cúria Romana implacável e cortesã e, além disso, botou o pé no mundo, fazendo o que italiano nenhum faria: rezar missa para negões na �frica e no Nordeste, levando seu corpo vivo como símbolo de uma espiritualidade perdida.
O conjunto de sua obra foi muito além de ser contra ou a favor da camisinha. Papa não é para ficar discutindo questões episódicas. É muito mais que isso. Visitou o Chile de Pinochet e o Iraque de Saddam e, ao contrário de ser uma "adesão alienada", foi uma crítica muito mais alta, mostrando-se acima de sórdidas políticas seculares, levando consigo o Espírito, a idéia de Transcendência acima do mercantilismo e de ditaduras.
E foi tão "moderno" que usou a "mídia" sim, muito bem, como Madonna ou Pelé.
E nisso, criticou a Cúria por tabela, pois nenhum cardeal sairia do conforto dos palácios para beijar pé de mendigo na América Latina. João Paulo cumpriu seu destino de filósofo acima do mundo, que tanto precisa de grandeza e solidariedade.
Sou ateu, sozinho, condenado a não ter fé, mas vi que se há alguma coisa de que precisamos hoje é de uma nova ética, de um pensamento transcendental, de uma espiritualidade perdida. João Paulo na verdade deu um show de bola. Cléia me mandou por e-mail, e resolvo publicar aqui.
Identifiquei-me muito!!!

2 de abril de 2005

E EU J� IA ESQUECENDO: CHEGAMOS EM ABRIL!!! (QUE COISA, HEIN?!!!)

APRIL SKIES

hey honey what you trying to say
as i stand heredon't you walk away
and the world comes tumbling down
hand in hand in a violent life
making love on the edge of a knife
and the world comes tumbling down
and it's hard for me to say
and it's hardfor me to stay
i'm going down to be by myself
i'm going backfor the good of my heal
thand there's one thingi couldnt
dosacrifice myself to you
sacrifice
baby baby i just can't see
just what you mean to mei
take my aim and i fake my words
i'm just your long time curseand
if you walk awayi can't take it
but that's the way that you areand
that's the things that you say
but now you've gone too far
with all the things you say
get back to where you come fromi can't help it
under the april skies
under the april sun
sun grows coldsky gets blackand
you broke me upand now you won't come
backshaking hand, life is deadand a broken heart
and a screaming headunder the april sky

Jesus And the Mary Chain

NÃO FIQUE DOENTE!!!! ISSO É BRASIL!!!

NÃO FIQUE DOENTE!!! ISSO É BRASIL.

Que a saúde no nosso país nunca foi uma maravilha, já é sabido. No entanto, de uns dois anos para cá, a coisa está ficando acintosa.
As picuinhas entre o César Maia e o governo federal colaboraram para piorar um pouquinho as coisas. O povo carioca que o diga!!! A coisa chegou ao ponto de se montar hospitais militares em parques públicos. Já virou caso de guerra. Barracas camufladas abarrotadas de enfermos, como no Haiti ou no Iraque. Isso no segundo estado mais rico da federação. Seria cômico se não fosse trágico...
Aqui em Santos, as coisas não são diferentes. Para ser atendido num posto de saúde do governo do estado, vc. preciso antes passar por um médico do município. Ao tentar marcar uma consulta numa policlínica municipal, não se espera menos de um mês...
Eu faço acompahamento com nutricionista, Preciso fazer exames periódocos de sangue; para isso, preciso do crivo de um clínico geral. Aí que a porca torce o rabo. Só tem consulta para maio, Até chegar na consulta, até coletar o sanue e até sair o resultado, são no mínimo 3 meses!!!
Data vEnia, hare krishna, como anda bem nossa saúde!!!!
E se eu tiver algo de grave até lá?!!!
É por essas e outras que o brasileiro tem que ser antes de tudo, um forte!!!
Ficar doente nesse país, decididamente não é um bom negócio. Ou até é, dependendo do ponto de vista e do lado do balcão em que se está.
Até me lebrei desse poema que escreví a uns 3 anos atrás:
PLANTÃO DA MADRUGADA
Douglas Stange

Três e meia da matina
E eu estendido no asfalto
Triste, mas virou rotina
Apenas mais um assalto
Veja só meu triste drama
Ladrão nada mais respeita
Levaram toda a minha grana
E arrebentaram minha perna direita
Por socorro gritei desesperado
Mas nesse horário não dá na vista
Por sorte fui amparado
Por um bondoso taxista
Eu queria ir à D.P. dar queixa
Mas o taxista, aquele palerma
Disse "A D.P. pra depois deixa
primeiro vai ver essa perna."
Me levou ao Pronto Socorro
Fiquei na fila uma hora
Gritei: "Mais 10 minutos e eu morro."
Clamei por Nossa Senhora
E lá no ambulatório
A coisa ficou embaçada
Foi o maior falatório
"Eh, situação complicada."
A enfermeira gritou desesperada
"Doutor! Está tudo um farrapo,
No almoxarifado não tem nada,
Nem gaze, nem faixa, nem esparadrapo."

Pobre Doutor, expressão preocupada
Sabiamente à moça aconselha
"Desinfeta com água oxigenada
E vê se não me pentelha."
O ambulatório, um frangalho
Doutor disse: "Não desanime,
Vá tampando esse aí esse talho
Com um chumaço de Papel Sublime."
Já raiava o dia
E o Doutor veio informar
"Já fiz tudo o que podia;
Mas vou ter que amputar."
Fiquei aleijado e ranheta
Mas evito o desalento
Equilibrando-me na muleta
Não alimento sofrimento
E para me aliviar
De toda essa desilusão
De tudo irei me lembrar
Na próxima eleição.