28 de novembro de 2007

Vale a pena ser honesto no Brasil?



Vale a pena ser honesto no Brasil?
Escrito por Luiz Marins (www.marins.com.br)

Pesquisa realizada pela Interscience e apresentada durante o 1o. Congresso Brasileiro de Pesquisa (março 2003) nos mostra que o brasileiro tem valores fortes que nem sempre compreendemos (ver abaixo):

O que a população mais valoriza?
78% - Honestidade
77% - Verdade
72% - Confiança
72% - Respeito ao outro
70% - Solidariedade
69% - Diálogo
67% - Empresas éticas e honestas
66% - Limpeza em todos os lugares
65% - Bem-estar, saúde física e mental


Fonte: Interscience – in Meio & Mensagem 29/3/2004

Será realmente verdade que o brasileiro valoriza honestidade, verdade, confiança, respeito ao outro, limpeza em todos os lugares, por exemplo?
Como antropólogo tenho sido chamado a dar uma "explicação" para esse fenômeno. Os valores revelados pela pesquisa não condizem com a realidade percebida por nós no cotidiano. Por quê? Estará a pesquisa errada?
Na minha opinião a pesquisa está corretíssima!

A explicação é ao mesmo tempo simples e complexa e exige um pouco de reflexão sobre o Brasil e a cultura brasileira.
É preciso que saibamos que nós, brasileiros, não temos os quatro séculos de tradição escrita de Gutenberg, o inventor da imprensa no século XV. O brasileiro – eu sempre tentei explicar isso a alunos e clientes – é oral e auditivo. Sem a tradição escrita que a Europa e por história de colonização, os Estados Unidos possuem, nos mantivemos "tribais" (no sentido de uma civilização oral e não visual). Mário de Andrade dizia que "o escritor brasileiro fala com a pena na mão".

As civilizações letradas pela imprensa de Gutenberg criaram o "indivíduo" e o individualismo como valor. É preciso lembrar que quando as palavras são escritas elas se tornam parte do mundo visual, estático. A palavra oral é sempre dirigida ao "outro". Assim, para ler eu tenho que me isolar. Para falar e ouvir, tenho que me "reunir" com alguém. É importante lembrar que a Reforma Protestante só foi possível graças à imprensa de Gutenberg – que criou a ética Calvinista, o nacionalismo e tornou estáticas as línguas neo-latinas, por exemplo. O próprio Renascimento só foi possível pelo advento da imprensa.

Assim, nas sociedades visuais, o indivíduo tem força perante o grupo. Nas sociedades orais e auditivas a força do grupo sobre o indivíduo é tão forte que podemos classificá-la, sem exagero, de quase insuperável. Sem o grupo o indivíduo é socialmente inexistente nas sociedades orais.

E a psicologia dos grupos (ou das massas) explica comportamentos grupais que são completamente diferentes dos desejados por cada indivíduo do grupo. Tive um professor nos Estados Unidos que me dizia: "Um brasileiro é um gênio comportado! Dois brasileiros, dois gênios comportados! Três brasileiros formam um 'bando' selvagem! Por quê?" perguntava ele indignado, pois que vários grupos de alunos brasileiros quando se juntavam tinham como "brincadeira" preferida, disparar o alarme de incêndio da universidade, esvaziar pneus dos carros dos professores, etc. coisas que individualmente condenavam.

Assim a força do grupo sufoca os valores individuais no Brasil.
E assim, temos muita dificuldade em emitir comportamentos individuais "certos".
Quem busca fazer as coisas de forma certa, correta, ética, é logo acusado de "certinho" ou "certinha" e ridicularizado pelo grupo. Alunos que estudam muito são chamados de "cdf"(sic). Funcionários que atendem prontamente pedidos de clientes ou dos patrões são logo classificados de "puxa-sacos". Quem paga impostos é considerado "bobo ou ingênuo". Quem joga papel no lixo é considerado "o ecológico" e é alvo das famosas gozações dos colegas....

Portanto, os valores individuais pesquisados são mesmo os revelados pela pesquisa. Por isso ficamos indignados com a sujeira e quando vemos um lugar limpo e bem cuidado dizemos "Que coisa linda! Nem parece o Brasil!"
"Eu não jogo papel no lixo porque ninguém joga papel no lixo! Quando todo mundo jogar papel no lixo eu também jogarei papel no lixo. Eu não jogo porque ninguém joga e eu não quero dar uma de herói e babaca...", etc, etc.
Veja, pois o leitor que ser "herói" no Brasil é errado e não certo! Herói no Brasil só pode ser "herói grupal" e não "herói individual!" Para ser herói tem que ter a aprovação do grupo.

E com esse impedimento de manifestar seus valores individuais, o brasileiro é complacente com o erro, com a desídia para não ofender o grupo. E essa complacência reforça nossos comportamentos contrários a nossos valores individuais. Dou um exemplo: você, como aluno, passou o fim de semana todo estudando para a prova da 2a. feira. Seu colega não estudou. Pelo contrário. Foi ao jogo, ao cinema e ainda debochou de você e chamou você de "certinho" por "perder um final de semana estudando". Chega a hora da prova. O seu colega (que não estudou) pede para você lhe ensinar as respostas que ele, por não ter estudado, não sabe....

Qual o seu comportamento e da maioria de nós, brasileiros? Chama o professor e denuncia a tentativa do colega de pedir a resposta? Diz a ele – você não estudou, agora tire nota baixa e assuma seus atos!?
Não! O que todos fazemos é passar as respostas ao colega relapso. E em seguida quase morremos de raiva e indignação ao vermos que a nota dele foi igual à nossa.... Qual será nosso comportamento na próxima prova? É claro que será o de "não perder o final de semana" e preparar uma boa "cola"....

Da mesma forma é a desmotivadora atitude de patrões, chefes, gerentes e supervisores que vêm a desídia e fingem não enxergá-la. Convivem com o descomprometimento de seus subordinados, não exigem o cumprimento dos prazos e metas solenemente prometidos. "Quem poupa os maus ofende os bons" diz um ditado latino. Qual a "vantagem" em ser bom, perguntou-me um funcionário. No final todos ganham e quem faz certo é sempre o mais prejudicado!
E o que dizer das famosas "anistias fiscais". Trata-se de um verdadeiro escárnio para quem pagou em dia os impostos ver os que não pagaram sendo anistiados....

Justamente porque os valores individuais do brasileiro são fortes é que ficamos tão indignados com a corrupção, com a falta de ética e com a sujeira, por exemplo. E essa indignação individual só antecede a nossa consciência de total incapacidade de denunciar os outros, de ofender o grupo – mesmo desconhecido. Essa sensação ou "certeza" da impunidade pela força dos grupos é tão grande que nos sentimos totalmente impotentes e desmotivados para fazer o certo.
Se quisermos mudar essa realidade e ter o direito de manifestar e de "viver" os nossos valores individuais no Brasil, teremos que fazer uma verdadeira cruzada, tão difícil quanto necessária.

Mas é preciso que acreditemos que quando o ambiente "permite" que esses valores sejam manifestados, o brasileiro sente-se feliz e orgulhoso. Um exemplo é o Metrô de São Paulo. Há 30 anos ele é orgulhosamente mantido pela mesma população que destrói os orelhões, quebra os bancos das praças e picha os muros da cidade. Por quê?
Simplesmente porque o Metrô conseguiu criar um ambiente onde o valor "lugares limpos e bem cuidados" pudesse ser manifestado todos os dias. Não há nada quebrado, nada sujo. O quebrado é imediatamente retirado. A sujeira imediatamente limpa. E todo brasileiro se orgulha do Metrô de São Paulo!

E para poder vencer a força do grupo, o brasileiro precisa criar uma "entidade mítica" que os antropólogos tão bem conhecem. Algum "ser superior", mítico, que diga o certo e o errado.
Isso explica o porquê de todo brasileiro que trabalha numa multinacional usar o crachá, o uniforme, manter limpos os ambientes, cumprir rigidamente as regras de segurança e de respeito ao meio-ambiente, etc. Por que só fazem isso numa multinacional?
Porque existe um "ser" estrangeiro – um quase-deus, mítico – que nos dá as regras, nos obriga, e todos fazemos, felizes, o que, de fato, gostaríamos de fazer em todos os lugares, todos os dias. E aí o grupo local não tem voz, nem vez. O "deus" mandou fazer assim... e ele sabe o que é certo!

E o que é mais importante: esse "deus" não é complacente com o erro. Se o desobedecermos, iremos para o "inferno" (do desemprego). Podem reparar os leitores que toda a ordem numa multinacional é referida impessoalmente como "a matriz"; "os homens de lá...", reforçando a dicotomia terrivelmente brasileira de que "lá fora" tudo é bom e "aqui dentro" tudo ruim. "Lá fora as coisas funcionam..." lamenta o brasileiro.

Na verdade, do ponto de vista de um antropólogo, queremos um deus de "lá de fora" que venha nos salvar das barbáries do "aqui de dentro". Esse "deus" é a "matriz".
O que fazer?

Minha sugestão é a de que passemos a criar, em nossas famílias, em nossas escolas, em nossas empresas, ambientes que permitam a manifestação dos nossos valores individuais.

Para isso temos que punir a impunidade. Valorizar o valor. Dar crédito aos críveis. Referendar o certo e repreender severamente o erro. É preciso dar ao brasileiro o direito de ser "certo" ou "certa". Eis aí uma tarefa para cada um de nós – pais, professores, empresários, políticos, líderes em geral.

Acredite: os valores do homem brasileiro são os revelados pela pesquisa. Nossa tarefa como indivíduos, como povo e como nação é a de permitir que eles sejam manifestos sem constrangimento.

E aí teremos o País que tanto sonhamos. E aí seremos felizes e orgulhosos do Brasil.

Pense nisso!

22 de novembro de 2007

The book ison the...
The...
Onde mesmo?
Bueno, relembrando tempos de escola.
Quando vamos mal em uma determinada matéria, não podemos deixar a peteca cair e deixar que isso influencie nossa performance em outras. Se você vai mal em Matemática, não tem que ir mal em Geografia. Matemática não tem nada a ver com Geografia.
Na vida cotidiana também é mais ou menos assim. Se algo não vai bem em determinado aspécto, não se pode deixar que isto contamine o resto. Quando se está mal de relacionamento familiar não se deve levar isso para a vida profissional. Quando se está mal de dinheiro, não se deve deixar que isso influencie em questões afetivas. E assim sucessivamente.
Hoje, dia 22 de novembro de 2007, às 23:16hs., estou tendo problemas em duas matérias: Vida Profissional (a falta de uma, para ser mais exato) e Relacionamento com a Mulher. Nas demais matérias, até que estou bem. Não sei se vou passar de ano, mas desespero só piora as coisas.
Se me perguntarem se está tudo bem, respondo que sim. Se me perguntarem se tenho certeza, respondo o seguinte:
"Você acha que vou responder que não tenho certeza. Pois bem, de fato tenho tido problemas em duas matérias, porém, nas demais estou com boas notas. Preciso estudar mais, só isso."
Sacaste?!!!
Essa figura não tem nada a ver. Taí só de enfeite.


19 de novembro de 2007

PRÁ DESCONTRAIR, UMA VIADINHA; OPS, PIADINHA.


Sem news, feriadão normal; só fui tomar um solzinho domingo.
Tô sentindo falta de comentários. Visitantes, digam ao menos OI!!!!

11 de novembro de 2007


Entra pelas portas do fundo
Do Oceano Atlântico um cara
De baleia, terno e gravata
Seu nome é Peixuxa,
É amigo dos peixes
É gente e respira debaixo do mar
Mar, mar, mar

Ma, ma, ma, ma, mas sempre com um charuto na boca
Vai andando debaixo d'água
Vai até o mediterrâneo
Pois tem um encontro com hora marcada
Com a lua cheia para um lindo jantar

Tem gente estranha por debaixo do mundo
Tal qual Peixuxa, baixo, gordo, salgado
Tem gente estranha trabalhando nos fundo
Que não é peixe mas não morre afogado

Do, do, do, do, do, do
Ele é cordial com os peixes
Dá bom-dia quando é de dia
Boa-noite quando é de noite
E se não é de dia e se não é noite
Peixuxa, amavelmente, dá "maresia"

Seu Peixuxa antigamente
Foi chamado de Deus dos mares
"Inda" guarda em casa um tridente
E quando eu olho
O mar com petróleo
Eu rezo a Peixuxa que ele fisgue essa gente

Raul Seixas

9 de novembro de 2007

Parque Malwee, Jaraguá do Sul - SC

Fazia tempo que não escrevia sobre meu cotidiano. Bom, talvéz por achá-lo demasiadamente sem graça. Minha Princesa diz que eu preciso ensergar as cores da vida. Concordo, mas anda meio difícil ultimamente. Até é possível, quando aconece algo diferente. Semana passada, fui convidado para um festa, daquela galera que conhecí na excusão para o Oktober, um dos rapazes vai trabalhar em um navio de cruzeiro, vai passar uns 4 ou 5 meses fora; então, fizeram uma fesa de despedida. Foi na casa do cunhado dele; e por coincidência, a mãe do cunhado trabalha no universidade onde estudei, já me conhecia desde aquela época. A Baixada Santista é um ovo de codorna!!!! Poxa, me afeiçoei demais a essa turma!!! Só o fato de eu ter sido convidado já é algo extraordinário!!!

Mas, uma vez que se volta à vida normal...

Estou um tanto apático, quase sem esperanças, embora a situação (para quem vê do lado de fora) não pareça assim tão grave.

Quem lê o meu blog a algum tempo, quem leu alguns dos últimos posts, entende mais ou menos.

Tudo o que eu quero é tocar minha vida adiante. Ter um trabalho, uma fonte de renda, ter minha casa, não depender de mais ninguém. No entanto, as coisas não são nada fáceis...

A mesma ladaínha de tantos e tantos anos. Até já desistí de tentar entender porque não vou para frente. Já desistí de me lamentar também. Eu tenho mais é que esfriar a cabeça, viver um dia de cada vez, não criar expectativas. O que poderia ser feito da minha parte, já foi feito: estudei para ter uma profissão, entupí o mercado de currículos, desenvolví projetos próprios, prestei concursos públicos; enfím, posso ser acusado de qualquer coisa, menos de não ter "corrido atrás". Continuar nesse rítimo, vai constinuar trazendo os mesmos resultados; quem quer resultados diferentes, tem que tentar coisas diferentes. Só não sei que coisas são essas...

Já não sei mais o que fazer nem o que pensar.

Alguma sugestão?

5 de novembro de 2007

Interessante!!!!

Chilic é?!!!! Ui, santa!!!!!!!


1 de novembro de 2007

Veja meu Slide Show!

Veja meu Slide Show!